Na cidade de Nova Prata no Rio Grande do Sul o carnaval acontece de forma atípica; a começar pela temperatura que chegou a nove graus Celsius .
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Foto: Divulgação FaceBookPrefeituradeNovaPrata |
A Banda foi protagonista de muitos carnavais nos anos 80,90 e 2000; em 2020 retorna aos palcos em grande estilo. Formada por músicos participantes da Associação dos Músicos Pratenses, um time de craques que garantiu a diversão do público com as clássicas marchinhas de carnaval.
Mas o público não fez por menos, os foliões de Nova Prata estavam nitidamente felizes e animados em reviver os carnavais de outros tempos e deram um show a parte. Com aquele clima de alegria, respeito e segurança a sensação era a de estar em outro tempo mesmo.
Tudo pode ser transmutado em palavra escrita,música, em arte, sim, por que não? A vida nunca é enfadonha, ela nos aponta que existem e sempre existirão possibilidades para o que a alma necessita. A musa da palavra pedirá que nos manifestemos. Perceberam? A crônica já começou. Vou chama-la de...
Inicialmente, pensei em escrever sobre o "carnavais de paz", sobretudo, o de Nova Prata. Ocorre que a matéria criou vida própria e se autodenominou crônica—desconfio que para provocar a reflexão de vocês participantes do Projeto Oficina do Verso .Com sobre o emergir da inspiração—; poesias do nosso cotidiano, acontecimentos do nosso entorno que passam despercebidos na maioria das vezes.
HASHTAG DE KHRONOS
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Darcila Rodrigues e Senhor Matias Duarte Bandeira |
Não se deixe iludir por tantas hashtags do mundo
digital; não se permita servir a era
digital, faça com que ela sirva a você.
Acredite: nosso potencial de criação nunca será
superado por um robô.
Somos seres de infinitas possibilidades, capazes de reinventarmos a nós mesmos e o mundo.
Somos seres de infinitas possibilidades, capazes de reinventarmos a nós mesmos e o mundo.
Se soubermos usar a tecnologia a nosso
favor poderemos, sim, nos tornarmos pessoas
melhores. Mas, será que podemos perpetrar bem ao outro com uma simples “sopa de letrinhas”?
Querem um exemplo das possibilidades que surgem se tivermos “olhos de ver”?
Querem um exemplo das possibilidades que surgem se tivermos “olhos de ver”?
Em meio ao animado público no carnaval de Nova
Prata, não conseguia deixar de observar um “senhorzinho” focado em registrar
com uma câmera tudo à sua volta. Tentava não olhar, mas ele estava tão compenetrado
que não resisti, fui entrevista-lo com o objetivo de publicar a entrevista aqui no Blog e no
canal do nosso Projeto.
Ao conversar com ele mudei o foco e eis o
porquê: quando perguntei se trabalhava com mídias digitais e se poderia
conceder uma entrevista para o Blog Oficina do Verso.Com ele respondeu que "não
podia me ouvir direito e que sua cabeça não andava muito boa". Fiquei surpresa
com a sinceridade e então outra pergunta talvez invasiva, mas o intuito era
compreender todo àquele foco e interesse dele em registrar o carnaval.
Perguntei: qual o motivo do senhor querer registrar o evento? Ele disse,
de forma tão simples e comovente: “para assistir tudo depois, quando eu tiver
esquecido”...
Fui tomada de um sentimento
emotivo positivo, uma compaixão que me pedia para fazer algo e não ficar ali fazendo
perguntas. Queria que a dor dele não doesse. Foi quando ele me pediu para que
fizesse uma foto nossa (minha e dele) no celular dele, para não se esquecer do
momento da nossa conversa. Fiz a foto para o Blog e também outra com a câmera dele, conforme me
pediu.
Foi tão pouco, é verdade. Entretanto, percebi que era o que
podia fazer naquele momento e o que talvez ele precisasse; desejo que esteja
certa.
Muitas vezes em nossas vidas nos esforçamos para
dar o nosso melhor ao outro e ele acha tão insuficiente e despreza; o nosso
doar-se. Mas acredito que o fato de identificarmos em estranhos a possibilidade
de doarmos algo, mesmo que apenas um sorriso ou um olhar, poderá ser qualquer
coisa positiva a causar um efeito que agrade o criador do Universo ou,
crenças a parte, efeito em nós mesmos...
Passei por um aprendizado impactante, num breve instante
vivenciado junto a um “senhorzinho desconhecido”. Mesmo contrariada com “esse efeito carnaval” de
alegria fabricada, o qual não apoio. E, numa fração de segundos entendi que
acabara de ter uma experiência humana de empatia e compaixão, com uma pessoa desconhecida, a quem descobri se chamar Matias Duarte Bandeira, residente na cidade de Piratini, RS e que passa o carnaval com a família em Nova Prata.
O instantâneo encontro me fez perceber o poder de Khronos e sua relatividade, afinal
quanto tempo é necessário e suficiente para mudar algum tipo de "energia" em nós?
Quanto tempo ainda será preciso para mudarmos de verdade o rumo da nossa nave? Quanto tempo para "hashtags somos um","hashtags respeito, "hashtags educação para todos", "hashtags todos com saúde", hashtags...
Quanto tempo ainda será preciso para mudarmos de verdade o rumo da nossa nave? Quanto tempo para "hashtags somos um","hashtags respeito, "hashtags educação para todos", "hashtags todos com saúde", hashtags...
Quanto
tempo é preciso para acreditarmos em dias melhores? Para podermos sorrir com a
alma e para a vida e não apenas sorrir para um post?
Sopa de letrinhas dedicada ao senhor carnavalesco "desconhecido", Matias Duarte , de Piratini,RS, na foto acima. DR
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