“Já pensou, um pintor,
retratar em uma Tela uma Música,
ou uma
Poesia?"
Entendo que a Arte se apodera do artista, não o contrário. Seja das
letras, da música, da pintura, do ato de representar, o artista, que é muitas
vezes, polivalente em seu talento, se torna especial aos nossos olhos por causa
da capacidade de transfigurar o fato (palpável) e torná-lo abstrato e belo.
Quando o seu talento é genuíno traz consigo a varinha de condão e se faz parir
em fascínio, em magia, a cada nova obra. Ei-lo transfigurado em pura Arte.
Da forma como percebo a
Arte, me chamou a atenção, certo dia, um comentário ao pé de um
texto no FB:"OBS: Já pensou, um pintor, retratar em uma Tela uma
Música, ou uma Poesia?". A
pergunta me instigou pelo tom de impossível.
Talvez
por ter memória visual, desde criança busco nos livros respostas
para quase todas as dúvidas. Só entendi bem mais tarde, quando fui trabalhar
num jornal, meu dom nato para a pesquisa. Confesso que o "Dr G", hoje
em dia causa frustração, sou de uma geração analógica e amo a pesquisa "Paleolítica".
O dom e a criança ainda vivem em mim e a paixão só cresceu.
Entendo que a Arte se apodera do artista, não o contrário. Seja das letras, da música, da pintura, do ato de representar, o artista, que é muitas vezes, polivalente em seu talento, se torna especial aos nossos olhos por causa da capacidade de transfigurar o fato (palpável) e torná-lo abstrato e belo. Quando o seu talento é genuíno traz consigo a varinha de condão e se faz parir em fascínio, em magia, a cada nova obra. Ei-lo transfigurado em pura Arte.
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Primeira Aquarela abstrata de Kandisnsky Fonte: Blog http://arteehistoriaepci.blogspot.com |
No que tange à pintura,
na década de 1910 “o pintor Kandinsky desenvolveu seus primeiros estudos não
figurativos – sendo por isso considerado o primeiro pintor ocidental a produzir
uma tela abstrata. Algumas das suas obras dessa época mostram a influência dos
verões que Kandinsky passava em Murnau, notando-se um recente abstracionismo às
suas paisagens. Outras influências na sua pintura foi a música do compositor
Arnold Schonberg, com quem manteve correspondência de 1911 a 1914, além de Richard Wagner e Helena Petrova Blavatsky ”.
“Na música, no século
XIX, Debussy foi vítima do equívoco de ser considerado autor de uma música
‘literária’ e ‘pictórica’, por causa de suas ligações com a poesia simbolista e
com o Impressionismo nas artes plásticas.” Sua inovação foi, entretanto, de
ordem musical, e é em termos musicais que a sua obra passou depois a ser
compreendida.
Impressionismo: “O impressionismo de Debussy residiria no caráter fluido e vago de seus sutis joguinhos harmônicos, em que a melodia parecia dissolver-se. Mas essa fluidez era na aparência, como depois se viu. A melodia não se dissolveu propriamente, mas libertou-se dos cânones tradicionais, das repetições e das cadências rítmicas. Debussy não seguiu também as regras da harmonia clássica: deu uma importância excepcional aos acordes isolados, aos timbres, às pausas (o uso do silêncio na música), ao contraste entre os registros. Trouxe uma nova concepção de construção musical, que se acentuou na sua última fase. Por isso foi incompreendido. O que não lhe desagradaria, pois ele mesmo propôs, certa vez, a criação de uma 'sociedade de esoterismo musical'. E, em várias das suas composições “ele desenvolve uma linha simples melódica por cima da mão que fica repetindo o acompanhamento nas mesmas notas, causando […] a impressão de [se] estar voando, planando lentamente, com o acompanhamento da música”, sem linhas (melódicas),(as ondas) nítidas, tal como na pintura”.
Impressionismo: “O impressionismo de Debussy residiria no caráter fluido e vago de seus sutis joguinhos harmônicos, em que a melodia parecia dissolver-se. Mas essa fluidez era na aparência, como depois se viu. A melodia não se dissolveu propriamente, mas libertou-se dos cânones tradicionais, das repetições e das cadências rítmicas. Debussy não seguiu também as regras da harmonia clássica: deu uma importância excepcional aos acordes isolados, aos timbres, às pausas (o uso do silêncio na música), ao contraste entre os registros. Trouxe uma nova concepção de construção musical, que se acentuou na sua última fase. Por isso foi incompreendido. O que não lhe desagradaria, pois ele mesmo propôs, certa vez, a criação de uma 'sociedade de esoterismo musical'. E, em várias das suas composições “ele desenvolve uma linha simples melódica por cima da mão que fica repetindo o acompanhamento nas mesmas notas, causando […] a impressão de [se] estar voando, planando lentamente, com o acompanhamento da música”, sem linhas (melódicas),(as ondas) nítidas, tal como na pintura”.
Àquela instigação se
fez importante para que pudesse desenvolver meus estudos e ampliar o
conceito sobre a Arte, pois sua amplitude é de difícil análise e não se aplica
ao superficial, ao contrário, nos provoca a refletir sobre sua
importância e como ao longo dos séculos exerce influência cultural, social e
histórica. Haja vista a realidade atual: Vivemos na "era dos vídeos".
Acredito ser necessário
um novo olhar sobre as artes e o artista. Sobre a importância dos talentos
próximos a nós. E, que, por ignorância, por não termos aprendido o quão
importante é a arte permitimos morrer, em alguém, o dom de encantar o mundo e a
nós mesmos. Refletir sobre o valor, em cifras, do trabalho do artista e as
famílias que a arte alimenta. Porém, renegar a política do "Panem et circenses" que já na Roma antiga, a
manipulação das massas, ocorria.
Por fim, pensar dói, mas é um mal necessário,
não acha?
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