Compreender não consiste em elencar dados. Mas em ver o nexo entre eles
e em detectar a estrutura invisível que os suporta. Esta não aparece.
Recolhe-se num nível mais profundo. Revela-se através dos fatos. Descer até aí
através dos dados e subir novamente para compreender os dados: eis o processo
de todo o verdadeiro conhecimento. Em ciência e também em teologia.
(Em Os
sacramentos da vida e a vida dos sacramentos.)
Leonardo Boff
Liga para a farmácia e encomenda a Fluoxetina. Ah! Moço,
a vizinha, acabou de informar que o Rivotril está com desconto. Tem ele? Não, pera, ai, o médico disse que causa perda
de memória, ou foi a minha amiga que falou...?
Cresce a legião de depressivos, é o “mal do século”.
Terapias e tratamentos alternativos nos são oferecidos e buscamos todas as fórmulas
para curar o corpo e o espírito. Se paga caro, às farmácias, por miligramas de felicidade. Talvez possamos evitar esse “mal” recriando nossa
forma de viver e conviver. Reflito.
Afinal, o que falta? A compaixão, a solidariedade? O que há em excesso? O egoísmo, a cobiça?
Falta ética na política e em nós. Nas formas de governo,
nas relações pessoais, e profissionais. Mas ficamos (a maioria, talvez) inertes diante
de um mundo caótico, tão cheio de necessitados enquanto alguns suprem necessidades
frívolas.
Deveríamos atuar como seres Unos, que somos, como dizem
os livros sagrados. Dito que somos esses seres Unos, logo, temos o código do “wifi”
Dele, certo? E essa senha deveria sem compartilhada.
Mas porque a senha não chega para todos?
Segundo Dalai Lama, “convivemos com uma humanidade, em
grande parte sem religião. Se houvesse
fé, diz o monge, seria mais fácil”. Ele propõe alguns comportamentos que
poderiam ser assumidos por nós. Tanto os que têm fé, quanto os que não têm fé,
uma das propostas do Lama é a ética do sofrimento, essa atitude de ser capaz de
sofrer com os que sofrem.
Já Leonardo Boff, diz: “o pior da dor é a solidão da
dor” – A dor pela falta de ética, dor, por ver nossos corpos e mentes
se perderem na opressão capitalista e desumana.
Busco, entre erros e erros, conquistar a tal força, por
acreditar que é a senha para obter a senha final. Medito, observo e acredito sobre
o seguinte fato: Em algum momento só haverá um caminho para a sociedade, ou
seja, para todos nós; teremos que prestar
contas, assumir as consequências do que semeamos.
A letra da música diz: “quando não houver saída, quando
não houver mais ilusão, ainda há de ter saída, nenhuma ideia vale uma vida,
enquanto houver Sol...”
E assim, quem sabe, nos conectaremos com a rede wifi da
compaixão?
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