Eu sou de um tempo em que não havia preocupação com as medidas da cintura, circunferência dos quadris; não importava as bochechas, nem pensávamos em celulite. Buscávamos a liberdade, sonhávamos com ela, queríamos ser poderosas e livres.
Eu sou de um tempo em que obter direitos iguais era um grito tão forte que até dormindo se podia ouvi-lo. Nesse tempo, mais que tudo, sonhar era preciso. O sonho embalava a coragem que às vezes ia e voltava, queria voar e temia a decolagem.
Por uma boa parte da vida chorei esse tempo e as dores que ele me causou.
No tempo de hoje, embora grande parte dos sonhos daquele outro tempo ainda sejam sonhos; aprendi que é e sempre haverá tempo para sorrir mais do que chorar, correr atrás, mais que lutar. E se lutarmos, que seja com armas brancas, que seja com o poder natural e infalível de cada mulher.
Que não precisemos usar as nossas mãos para ferir a quem não merece nosso esforço de estragar o esmalte de nossas unhas....
Que lutemos com inteligência e malícia, porque não?
Pois afinal, olhando para trás pude perceber que as melhores vitórias foram as vencidas com amor e sonhos que valiam a pena serem sonhados. Eu também sou de um tempo de coisas feias e doloridas, no entanto hoje, prefiro promover aquele tempo como um tempo de preparação, de pré-carnaval da vida.
Hoje sonho com um tempo de aplacar a dor sem sangue.
Afinal, se for pra chorar que seja de alegria, de saudade do que ainda não veio e de gratidão por ter sobrevivido.
Então vamos sonhar? Com um Tempo Novo onde "mulheres de almas masculinas e homens de almas femininas", em suas sabedorias plenas e infinitas, sejam apenas Um o Tempo Todo?
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