A cada oito minutos uma mulher é
agredida no Rio Grande do Sul. Os dados, divulgados no Dia Internacional da Mulher sobre as estatísticas no Brasil mostram que 22% das brasileiras sofreram ofensa
verbal no ano passado, um total de 12 milhões de mulheres. Além disso, 10% das
mulheres sofreram ameaça de violência física, 8% sofreram ofensa sexual, 4%
receberam ameaça com faca ou arma de fogo. E ainda: 3% ou 1,4 milhões de
mulheres sofreram espancamento ou tentativa de estrangulamento e 1% levou pelo
menos um tiro.
A pesquisa
mostrou que, entre as mulheres que sofreram violência, 52% se calaram. Apenas
11% procuraram uma delegacia da mulher e 13% preferiram o auxílio da família.
E o agressor,
na maior parte das vezes, é um conhecido (61% dos casos). Em 19% das vezes,
eram companheiros atuais das vítimas e em 16% eram ex-companheiros.
As agressões
mais graves ocorreram dentro da casa das vítimas, em 43% dos casos, ante 39%
nas ruas. Fonte: http://exame.abril.com.br
Ontem,
07 de agosto de 2017 , a Lei Maria da Penha completou 11 anos. Dia desses, ao
participar de um evento literário em Porto Alegre, ouvi uma colega escritora comentar que no prédio onde mora, pelo menos duas mulheres de classe média alta
são agredidas. Mulheres com formação profissional e condições financeiras para
tocarem suas vidas longe da violência.
Há
mais de trinta anos fui uma dessas mulheres; fui abusada, violentada, agredida
e muitas vezes humilhada. Não encontrei apoio; a cada registro na delegacia,
uma surra a mais, até que solitária e cansada de tanta violência, decidi pelo
divórcio litigioso. O preço que paguei? Pago até hoje. Tema principal do Livro autoral, em trabalho: Terceira Pessoa - Biografia não autorizada de um alterego. Os anos passaram e não
consigo deixar de saber de pelo menos, um caso de agressões e abusos
contra um ser humano. Costumava pensar
que relatar esse fato particular seria vitimização, porém, hoje, senti a
necessidade de contribuir, mesmo que com uma “sopa de letrinhas” como costumo
chamar meus textos, e dizer às mulheres que passam por essa herança maldita do
machismo que BASTA! Não podemos mais fechar os olhos. Não podemos mais sentir
vergonha! Não podemos mais proteger os algozes e nos sentirmos culpadas pela
doença do outro. Não importa o que tenhamos que fazer e o quanto tenhamos que
gritar e gritar! Acabou! Que aquele que ouve gritos de socorro no seu prédio,
faça a denuncia, que a família que sabe da violência saia da zona de conforto.
Que ao praticar a omissão saibam, todos, que estão sendo cúmplices. A violência
contra as mulheres não tem cara, não tem
cor, não tem classe social, não tem religião. A violência contra a mulher é um
crime e nada nem ninguém está acima da Lei, nem a de Deus nem a dos Homens.
Não
nascemos para usar correntes! Não nascemos para o chicote! Não nascemos para
afagar os egos machistas e mal resolvidos. Diga NÂO ao chicote físico, verbal,
emocional! Diga não a submissão e liberte sua alma. Não apenas para você, mas
para as que ainda virão.
NÃO SOMOS VÍTIMAS, SOMOS AS ESCOLHIDAS
PARA LIBERTAR NOSSA GERAÇÃO! EU ACREDITO.
Darcila Rodrigues
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