O amor e a Poesia são e serão cúmplices, seja em prosa ou em versos. Caminham juntos na literatura de todos os tempos e cantos do mundo. Sou grata aos mestres que me ensinam os caminhos do amor e da Poesia...
À DERIVA DAS PALAVRAS
O poema nascido do cordão umbilical
amoroso (pleno de dengos e jogos) é geralmente um exemplar nervoso, denso;
avulta em intimismo e, às vezes, de rara beleza estética. Antecipa um solerte
condão: transfigurar-se a matéria da vida por inquietudes assentadas no temor
da perda, originando a insegurança. Todavia, pela magia do poema lírico-amoroso
reencontra-se aquilo que num outro momento restara irremediavelmente perdido...
Tanto que a comoção nele contida surrupia o sono, frutifica a insônia, aperta a
garganta e produz a lágrima. Há maior densidade humana do que o conteúdo deste
grito de socorro? E em que pedra dos domínios do corpo se poderá recolher e
guardar o que fica à deriva das palavras, dos símbolos?
Joaquim Moncks
– Do livro POESIA DE ALCOVA, 2015/16.
Haja Luz
É assim que te gosto
Sem pudores de tristeza
Sempre preferi a falta de vergonha da alegria
Nela descobre-se a perfeição do estar vivo
O sino cardíaco acelera suas batidas
brincamos na luz do espelho
e distribuímos sorrisos de cores ao passar
Há inveja nos corpos mortos de desejo
Há um pulsar sem fim em nosso despudor.
Sem pudores de tristeza
Sempre preferi a falta de vergonha da alegria
Nela descobre-se a perfeição do estar vivo
O sino cardíaco acelera suas batidas
brincamos na luz do espelho
e distribuímos sorrisos de cores ao passar
Há inveja nos corpos mortos de desejo
Há um pulsar sem fim em nosso despudor.
Darcila Rodrigues
– Do Livro Terceira Pessoa, 2015
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