
andava a pé com o utensílio à espalda, deitada sobre o ombro, na lida primitiva e nos bolichos de campanha (pulperias), canchas de carreira, bailes de ramada, fandangos, etc. O "gautchê" – nome dado ao andarilho que vagueava pelos campos à busca de caça para comer e que ia de estância em estância procurando algo pra fazer (changa) e ganhar uns trocos e se alimentar e vestir – guardava os seus pertences de uso diário naqueles peçuelos de pano. Posteriormente, o colonizador proletário, português e espanhol, por sua praticidade, também a adotou. O tal traste campeiro é feito de um tecido resistente, escuro, normalmente de brim riscado. Também pode ser do tecido com listras usado para colchões. As chinas donas de casa não gostam de malas crioulas em cores claras, porque, com o uso, se tornam peças graxentas, encardidas, difíceis de lavar, mesmo que se as leve ao quaradouro. O tamanho usual é de 1,00m x 0,40m, dupla metragem, formando um saco, costurada nas extremidades, dupla costura, com um rasgo de 0,30m no meio, no sentido do lado maior do formato retangular, de maneira a permitir a entrada de objetos, de modo que não caiam quando do uso e transporte. As malas são usadas sobre o ombro esquerdo, normalmente. No ombro direito do campeiro vai o pala: de lã, no inverno; de lãzinha, no outono, e de seda, no verão. A não ser que o vivente seja canhoto. Hoje em dia, são de uso muito difundido nos rodeios e nas diversas atividades campeiras. Muito práticas e úteis, e de fácil confecção, compõem curiosa peça de vestuário da lida crioula. A mala de garupa, atualmente, é de uso disseminado entre os campeiros interioranos, no sul do país, especialmente no RS, SC e PR. Também no MS, MT, RO, AC, na rota de migração rural do povo gaúcho. A peça é também usada em outros Estados-membros da federação brasileira, pelos cultores do tradicionalismo gaúcho, no entorno cultural dos Centros de Tradições Gaúchas – CTGs.
Joaquim Moncks, – Do livro A BABA DAS VIVÊNCIAS, 2008/16.
Um clássico da música gaúcha:
Fonte: youtube.com
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