LINGUAGEM E SUBVERSÃO
![]() |
Joaquim Moncks |
Poesia é o universo de subversão da linguagem. É por ela que o Novo se instaura como proposta. E vivifica-se nos domínios da Estética. É sempre o poeta-leitor que lhe vai tomar como verdade ou não. Passa a ser parte de seu intimismo sensitivo. Impregna-se nele sem explicação lógica. Repete-se o ato de seu nascimento. Nada de logicidade. A fuga ao lugar comum é o seu desconcertante alvo.
– Do livro Oficina do Verso, 2015-16.
Interlocução e Provocações Poéticas
Nosso colaborador Joaquim Moncks nos brinda com mais um expressivo texto na categoria Teoria Literária: LINGUAGEM E SUBVERSÃO.
Entendemos estar explícita a utilidade do mesmo para quem deseja escrever bem.
“Escrevamos”, diz o autor-provocador, mas com os devidos cuidados estilísticos, com a responsabilidade estética da dimensão que a palavra escrita contém e tudo o que ela pode oferecer aos que pousarão os olhos sobre ela. Acreditamos ser essa também a preocupação de JM, que adquiriu, na internet, o cognome de o Poeta da Confraternidade: Deixar um legado além do (aparentemente) simples ato de escrever. Afinal, o que seria de nós sem Fernando Pessoa, Carlos Drummond, Mario Quintana, Manuel Bandeira, Adélia Prado e sem Joaquim Moncks? Este ¨velho lobo escriba¨ que teimosamente nos mostra, a cada novo enfrentamento temático, que Poesia é codificada beleza, com seus cânones estéticos predominantes num determinado tempo. Porque nada é intemporal, mas pode se tornar clássico para a sua temporalidade ou especificidade.
Na música, parece mais fácil de compreender: há que se chamar de música a
combinação de ritmo, harmonia e melodia, de maneira agradável aos ouvidos.
Claro, sempre a juízo do receptor. E este sofre naturalmente o modismo do
momento dado. E, se nasce como mudança, logo, com a aceitação popular, se
tornará canonizado. No entanto, há que se sentir o que é “boa música” para
atingir os mais atentos e delicados ouvidos.
Na poética, assim como na música, só a experimentação e o
estudo poderão transformar aprendizes em poetas mais exímios (sem que tenham
nascidos bafejados pela genialidade da palavra) a encantar o olhar dos leitores
mais atentos através da estética e da subversão da linguagem. Uma explícita
abdução desse leitor para o caos da metáfora, que sem ela não há como se
identificar, no texto, a Poesia. Até que a Beleza nos traduza e fixe a
estranheza...
Darcila Rodrigues
Comentários
Postar um comentário